Caminhão é o 1º veículo do país sem retrovisor; veja destaques da maior feira de transportes do Brasil

Frota de autônomos é quase 4 vezes mais velha que a das empresas

Os caminhões tratores pertencentes aos caminhoneiros têm 19,1 anos em média; já os das transportadoras, 5,1 anos

A idade média dos caminhões tratores pertencentes a caminhoneiros autônomos (19,1 anos) é quase quatro vezes maior que a da frota das empresas brasileiras (5,1 anos). Nos caminhões de 8 a 29 toneladas, a diferença da idade é o triplo: 7,9 anos para as empresas e 24,3 anos para os caminhoneiros.

Já entre os caminhões leves, de 3,5 a 7,9 toneladas, a frota nas mãos dos autônomos têm o dobro da idade (20,7 anos) na comparação com a das empresas(10,2 anos).

Na média geral dos veículos de carga, incluindo implementos, camionetes e utilitários leves, a diferença é quase o dobro, 16,9 anos para caminhoneiros e 8,6 anos para empresas.

Os números foram extraídos pela Revista Carga Pesada do anuário de 2019 da Confederação Nacional do Transporte (CNT), lançado há poucos dias.

Os autônomos são responsáveis por 58% da frota dos caminhões mais leves. Eles detêm 78,6 mil dos 135 mil veículos de 3 a 7,9 toneladas. A participação dos motoristas na frota de veículos de 8 a 29 toneladas cai para 53%. São 269,9 mil caminhões nesta faixa pertencentes aos caminhoneiros. No total, são 510,5 mil.
Já entre os caminhões tratores, os autônomos têm a minoria, apenas 143,3 mil dos 485,5 mil, ou seja 30%.

Otimismo moderado para 2020

Embalados por uma Fenatran tida por alguns como a melhor de todos os tempos, a indústria brasileira de caminhões e os grandes frotistas projetam um 2020 mais próspero que 2019. A 22ª edição da feira, realizada de 14 a 18 de outubro em São Paulo, movimentou cerca de R$ 8,5 bilhões. Somente a Volvo anunciou negócios na casa de R$ 1 bilhão.

Os indicadores econômicos do fim do ano também adicionam otimismo ao cenário. Inflação sob controle, juros no nível mais baixo da história, desemprego em queda e aceleração do Produto Interno Bruto (PIB) são alguns deles.

O clima não é de euforia, já que o desemprego cai menos do que se deseja e a informalidade aumenta. O crescimento do País, projetado em 2,2% para 2020, também não é lá nenhuma Brastemp. Mesmo assim, já será mais que o dobro da expansão de 2019.

Presidente executiva do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo (Setcesp), Ana Carolina Ferreira Jarrouge diz que o setor de maneira geral está preocupado com a situação da economia brasileira. “2019 foi um ano muito difícil. As empresas estão endividadas e com capacidade reduzida de investimento. Mas sinto um clima de mais otimismo.”

Para ela, medidas da equipe econômica têm surtido efeito, sinalizando para investidores externos os benefícios de investirem no Brasil. “O pior já passou. É muito difícil para um empresário conduzir sua empresa num clima ruim quanto à economia.”
Na visão da advogada, 2020 será um ano melhor. “Não tanto como queríamos, mas estamos tendo uma melhora gradual. Quando a economia vai bem, o transporte também vai.”

O presidente da Transpanorama e do Grupo G10, Cláudio Adamuccio, de Maringá, faz análise parecida: 2019 foi um ano em que o setor “andou de lado”. Para 2020, ele espera crescimento. “Ficamos no zero a zero em 2019, espero que as reformas realizadas pelo governo façam efeito e a partir do ano que vem a gente possa voltar a crescer.”

Especificamente no setor de grãos, num dos quais a Transpanorama atua, o empresário não vê melhorara expressiva. “A safra deve ser 0,5% maior, mas essa expansão é absorvida pelos outros modais de transporte que estão crescendo no Brasil.